Hematócrito



Este índice hematimétrico (Ht) avalia o volume de hemácias  em  um  volume total de sangue (o restante  é  o  plasma) que  é  dado  em  percentual (%). O meio para se obter o Ht era com a  centrifugação do sangue  e após isso a altura da coluna dos eritrócitos era medida com régua apropriada, esta prática teve sua evolução com o micro hematócrito que se baseia no mesmo princípio, que embora possua maior precisão de resultados  já é um método obsoleto. 

Em ambos os métodos  o valor pode sofrer alterações em algumas ocasiões, principalmente distúrbios  em que há retenção de plasma, como na microcitose, presença de hemoglobinas anormais (presença de eritrócitos rígidos e deformados)  e poliglobulia.


Demonstração para obter hematócrito em tubo. O mesmo princípio é aplicado ao microhematócrito






















Além disso a engenharia têm se desenvolvido de modo que as técnicas manuais estão em constante desuso dando lugar à aparelhos automatizados, no entanto o microhematócrito ainda pode ser utilizado em alguns casos, como na leucocitose excessiva ou ainda para verificação da precisão da leitura das máquinas.


O calculo dos aparelhos se dá pelo tamanho e número de eritrócitos que passam por um sensor. Esse cálculo é representado através da fórmula: Ht=E x VCM/10, pode se dizer então que  valor do Ht não possui erro próprio já que é um valor obtido de outros índices, onde valor só estaria incorreto se os índices que o originaram estiverem incorretos.  

Existem algumas condições as quais tanto o hematócrito como a contagem de eritrócitos e ainda a hemoglobina estarão falsamente elevados ou diminuídos, em ambos índices hematimétricos trata-se de uma alteração na diluição das hemácias no plasma. Os efeitos ocorrem de forma paralela.

Quando há aumento da volemia plasmática(maior quantidade de plasma) teremos uma hemodiluição in vivo  (hemácias mais separadas), logo a massa eritroide será menor no volume colhido, gerando uma falsa anemia pois o que houve foi o aumento do plasma e não a diminuição dos eritrócitos. Esta situação pode ocorrer fisiologicamente na gravidez e atletas em treinamento intensivo, ainda na retenção de líquidos (ex: insuficiência renal e cardíaca) e na esplenomegalia volumosa.

Já quando ocorre a diminuição da volemia plasmática a tendência é que o volume de sangue colhido tenha mais hemácias que plasma, que ao contrário da hemodiluição chamamos de hemoconcentração, expressando uma falsa poliglobulia ou mascarando uma anemia existente. Fato que pode ocorrer na desidratração por qualquer causa como na diarreia, uso de diuréticos, queimaduras, e edemas de membros inferiores. 

Em casos de perda tanto de plasma quanto de glóbulos vermelhos Ht, Hb e E estarão inalterados já que a diminuição é proporcional. Isso pode ocorrer nas primeiras horas de hemorragia. Logo após o plasma será reposto pelo líquido extracelular ou ainda por líquidos recebidos por via oral ou intravenosa pelo tratamento.


Valores de referência:

 Homens - 40 a 54% 
 Mulheres- 36 a 48%
 Recém nascidos - 43-60%


Este é um conteúdo confiável e com embasamento, consulte as referências:

1-FAILACE, Renato; FERNANDES, Flavio Beno; FAILACE, Rafael. Hemograma-Manual de interpretação. 5. ed. Artmed. 424 p. 2010.

2-BAIN, Barbara J. Células sanguíneas-Um guia prático. 4. ed. Artmed. 487 p. 2007.

3-RODRIGUES. Humberto G. Alterações hematológicas decorrentes da prática de exercícios físicos. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd186/alteracoes-hematologicas-de-exercicios-fisicos.htm>. Acesso em: 20 de dezembro de 2018. 



Hélio Rodrigues-Biomédico/8302







Artigo elaborado por: Hélio Rodrigues-Biomédico-CRBM: 08302 
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