Hematócrito

14:06


Este índice hematimétrico (Ht) avalia o volume de hemácias  em  um  volume total de sangue (o restante  é  o  plasma) que  é  dado  em  percentual (%). O meio para se obter o Ht era com a  centrifugação do sangue  e após isso a altura da coluna dos eritrócitos era medida com régua apropriada, esta prática teve sua evolução com o micro hematócrito que se baseia no mesmo princípio, que embora possua maior precisão de resultados  já é um método obsoleto. 

Em ambos os métodos  o valor pode sofrer alterações em algumas ocasiões, principalmente distúrbios  em que há retenção de plasma, como na microcitose, presença de hemoglobinas anormais (presença de eritrócitos rígidos e deformados)  e poliglobulia.


Demonstração para obter hematócrito em tubo. O mesmo princípio é aplicado ao microhematócrito






















Além disso a engenharia têm se desenvolvido de modo que as técnicas manuais estão em constante desuso dando lugar à aparelhos automatizados, no entanto o microhematócrito ainda pode ser utilizado em alguns casos, como na leucocitose excessiva ou ainda para verificação da precisão da leitura das máquinas.


O calculo dos aparelhos se dá pelo tamanho e número de eritrócitos que passam por um sensor. Esse cálculo é representado através da fórmula: Ht=E x VCM/10, pode se dizer então que  valor do Ht não possui erro próprio já que é um valor obtido de outros índices, onde valor só estaria incorreto se os índices que o originaram estiverem incorretos.  

Existem algumas condições as quais tanto o hematócrito como a contagem de eritrócitos e ainda a hemoglobina estarão falsamente elevados ou diminuídos, em ambos índices hematimétricos trata-se de uma alteração na diluição das hemácias no plasma. Os efeitos ocorrem de forma paralela.

Quando há aumento da volemia plasmática(maior quantidade de plasma) teremos uma hemodiluição in vivo  (hemácias mais separadas), logo a massa eritroide será menor no volume colhido, gerando uma falsa anemia pois o que houve foi o aumento do plasma e não a diminuição dos eritrócitos. Esta situação pode ocorrer fisiologicamente na gravidez e atletas em treinamento intensivo, ainda na retenção de líquidos (ex: insuficiência renal e cardíaca) e na esplenomegalia volumosa.

Já quando ocorre a diminuição da volemia plasmática a tendência é que o volume de sangue colhido tenha mais hemácias que plasma, que ao contrário da hemodiluição chamamos de hemoconcentração, expressando uma falsa poliglobulia ou mascarando uma anemia existente. Fato que pode ocorrer na desidratração por qualquer causa como na diarreia, uso de diuréticos, queimaduras, e edemas de membros inferiores. 

Em casos de perda tanto de plasma quanto de glóbulos vermelhos Ht, Hb e E estarão inalterados já que a diminuição é proporcional. Isso pode ocorrer nas primeiras horas de hemorragia. Logo após o plasma será reposto pelo líquido extracelular ou ainda por líquidos recebidos por via oral ou intravenosa pelo tratamento.


Valores de referência:

 Homens - 40 a 54% 
 Mulheres- 36 a 48%
 Recém nascidos - 43-60%


Este é um conteúdo confiável e com embasamento, consulte as referências:

1-FAILACE, Renato; FERNANDES, Flavio Beno; FAILACE, Rafael. Hemograma-Manual de interpretação. 5. ed. Artmed. 424 p. 2010.

2-BAIN, Barbara J. Células sanguíneas-Um guia prático. 4. ed. Artmed. 487 p. 2007.

3-RODRIGUES. Humberto G. Alterações hematológicas decorrentes da prática de exercícios físicos. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd186/alteracoes-hematologicas-de-exercicios-fisicos.htm>. Acesso em: 20 de dezembro de 2018. 



Hélio Rodrigues-Biomédico/8302







Artigo elaborado por: Hélio Rodrigues-Biomédico-CRBM: 08302 
Hematócrito Hematócrito Reviewed by Bioonerd on 14:06 Rating: 5

Amenorreia

05:26
Bioodicionário


       É a ausência da menstruação quando a mesma deveria estar presente. É subdividida em primária (mulheres que nunca menstruaram) e secundária (mulheres que já menstruaram) podendo ter diversas causas, tanto fisiológicas como rápida perda de peso, ou patológicas como doenças que acometem a hipófise.  
Amenorreia Amenorreia Reviewed by Bioonerd on 05:26 Rating: 5

Cefaleia

04:53

Bioodicionário



       Cefaleia ou dor de cabeça é uma dor que ocorre no crânio e que  inclui também a face. É um sintoma que está presente em várias doenças. Portanto não pode ser associada a nenhuma doença em específico.

Cefaleia Cefaleia Reviewed by Bioonerd on 04:53 Rating: 5

Vermelho neutro

20:53

Bioodicionário



       Trata-se de um corante utilizado para diversos fins. Em microbiologia é adicionado em alguns meios de cultura para bactérias, bem como para tingimento de células vivas, e por este motivo é também um corante vital. 

Ex: Está presente no ágar MacConkey atuando como um indicador de pH, alterando a cor do meio de acordo com o pH presente.






Vídeo relacionado no canal Bioonerd no YouTube: http://bit.ly/macConkey



Vermelho neutro Vermelho neutro Reviewed by Bioonerd on 20:53 Rating: 5

Ágar MacConkey

14:07
Ágar Macconkey sem crescimento
O ágar MacConkey é um meio de cultura sólido de coloração rosa avermelhado, este é um meio usado para isolamento e diferenciação de enterobactérias e uma grande variedade de gram-negativos. As semeaduras em ágar MacConkey conseguem isolar bacilos gram-negativos e inibir o crescimento de gram-positivos (principalmente enterococos e estafilococos), isto pela presença de sais biliares (em menor quantidade comparado ao Ágar SS) e do cristal violeta.

Ainda é possível verificar a fermentação ou não da lactose (por isso é também diferencial). As bactérias que conseguem fermentar a lactose presente no meio produzem pH localizado, ocorre uma diminuição do pH do meio (abaixo de 6,8) que se segue da absorção do vermelho neutro (corante presente no meio) assumindo uma coloração de vermelho a rosa.

Ágar Macconkey crescimento de
 E. coli fermentadora de lactose
Ainda há bactérias como a E. coli que conseguem fermentar fortemente a lactose, resultando formação de uma nuvem também rosa em volta das colônias. Isso ocorre pois o ácido produzido como resultado da fermentação da lactose acaba por gerar uma precipitação dos sais biliares.

ágar Macconkey crescimento de
colônias lactose+(a esquerda) e
lactose-(a direita)
Já para aqueles que não são capazes de fermentar a glicose utilizarão a peptona como fonte de carbono, como resultado do metabolismo da peptona é gerada amônia aumentando o pH do meio (meio menos ácido), ficando o mesmo amarelado e as colônias podem se apresentar brancas, incolores, tons de bege ou até mesmo com variações de verde.

O vermelho neutro então atua como um indicador do pH, ou seja, quando o pH do meio encontra-se acidificado (como é o caso das fermentadoras) as colônias se tornam rosadas, já nas bactérias não fermentadoras com o pH alcalinizado (>7) este corante torna o meio amarelado.



Controle de qualidade

Para verificar a procedência do ágar MacConkey são utilizadas cepas ATCC (cepas padronizadas), são elas:

-E. coli ATCC 25922 - Como se trata de uma fermentadora da lactose, deveram crescer colônias rosadas;


-Proteus mirabilis ATCC 12453, uma não fermentadora da lactose, crescimento de colônias geralmente de cor bege com a cor do meio amarelado;

-Staphylococcus aureus ATCC 25923 - Como se trata de uma bactéria gram positiva, não deverá ocorrer crescimento no meio devido a presença dos sais biliares e cristal violeta.


Armazenamento do meio

O meio antes do uso deve ser conservado refrigerado e embalado em temperatura de 2-8°C.


Incubação

Após descarregar amostra desejada no meio, é feito estriamento por isolamento (de 3-4 quadrantes), a placa é incubada em estufa com temperatura de 35-37°C POR 24h. Não havendo crescimento por este período deve-se incubar por mais 24h. Caso permaneça sem crescimento a amostra é dada como negativa para bastonetes gram negativos.


Quer entender melhor o assunto?
Acompanhe este artigo também em vídeo ou acesse o canal Bioonerd no Youtube: 




Este é um conteúdo confiável e com embasamento, consulte as referências:

1-Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Microbiologia clínica para o controle de infecção relacionada a assistência à saúde-Módulo 5: Tecnologia em Serviços de Saúde: Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos. 1. ed. Basília. 95 p. 2013.


2-NEOGEN. Sais bile mistura #3 Bile salts mixture #3 (7230). Disponível em: <https://foodsafety.neogen.com/pdf/acumedia_pi/7230_pt_pi.pdf>. Acesso em: 08 de setembro de 2018.

3-MBIOLOG Diagnósticos. Agar MacConkey- Mbiolog. Disponível em: <http://www.mbiolog.com.br/produtos/Agar_MacConkey.pdf>. Acesso em: 09 de setembro de 2018.

4-TORTORA, Gerald J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 10. ed. Artmed. 934 p. 2012.

5-BD. BD MacConkey II Agar. <Disponível em: https://www.bd.com/resource.aspx?IDX=9073>. Acesso em: 09 de setembro de 2018.



       

Hélio Rodrigues-Biomédico






Artigo elaborado por Hélio Rodrigues-CRBM 08302
Ágar MacConkey Ágar MacConkey Reviewed by Bioonerd on 14:07 Rating: 5
Tecnologia do Blogger.